HABACUQUE.
O povo que conhece a Deus é forte,
O conhecimento de Deus e das Suas obras é o maior antídoto contra o desespero.
Quando nos voltamos para as Escrituras, descobrimos que as rédeas da História
não estão nas mãos das grandes e poderosas nações, mas nas mãos dAquele que
está assentado sobre um alto e sublime trono.
Em
primeiro lugar, quando tudo parece perdido, com Deus ainda não está perdido. Qualquer
analista político que olhasse a situação vivenciada por Habacuque, lavraria uma
sentença de morte ao pequeno reino de Judá. A Babilônia era a dona do mundo...
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Jerusalém seria esmagada impiedosamente...
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Mas o forte se torna fraco, e o
fraco é revestido de força. A Babilônia caiu, e Judá foi restaurado...
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O plano de Deus prevalece ainda
que toda a terra se levante contra Ele...
Em
segundo lugar, quando chegamos no final dos nossos recursos, os recursos de Deus
ainda estão disponíveis.
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A crise é um tempo de
oportunidade...
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Quando os recursos da terra
acabam, os celeiros do céu continuam abarrotados...
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Quando a força do braço humano
entra em colapso, o braço onipotente de Deus sai em defesa do Seu povo...
Em terceiro
lugar, quando
a crise nos encurrala, precisamos olhar para o alto. Quando Habacuque
subiu à torre de vigia ele ouviu Deus e falou com Deus...
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A Palavra de Deus lhe trouxe
consolo e direção, e a oração lhe encheu a alma de esperança e alegria...
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Continuemos olhando para o alto, aí sim encontraremos
vitória.
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O texto em apreço, Habacuque
3.1-19, nos enseja quatro grandes lições, que passamos a considerar:
A Palavra e a oração nos colocam
no caminho da restauração (3.1,2)
A Palavra de Deus e a oração são
os dois grandes instrumentos que nos levam à vitória. Ouvir Deus por meio da
Palavra e falar com Deus por meio da oração são a receita para uma vida
vitoriosa.
a) Ouvir a Palavra de Deus é a
única maneira de enfrentarmos vitoriosamente a crise (3.2). O profeta Habacuque ouviu
Deus falando.. que disciplinaria Judá...E que vai julgar a Babilônia e derramar
sobre os pecadores impenitentes cinco ais de juízo.
A Palavra de Deus trouxe impacto ao coração de
Habacuque...
Ele ficou alarmado ao perceber que
o Deus santo e soberano não deixaria de julgar o pecado, seja na vida do seu
povo, seja na vida daqueles que se prostram diante dos ídolos...
b) Ouvir a Palavra de Deus deve
nos levar à oração fervorosa (3.2). Palavra e oração precisam andar de mãos dadas. Não
podemos separar aquilo que Deus uniu. Habacuque ouve e Habacuque ora.
c) A oração que
honra ao Senhor deve caminhar da humilhação do homem para a exaltação de Deus
(3.2). O profeta começou
a orar ao Senhor, e não discutir com o Senhor, e sua oração logo se transformou
em louvor e adoração.
O profeta Habacuque nesta oração usa três
elementos indispensáveis:
a humilhação
(3.2). Habacuque não ousa
mais questionar Deus acerca do Seu silêncio, da Sua inação e dos Seus métodos.
A revelação de Deus nos leva ao pó
da humilhação.
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Quando Moisés contemplou o
Senhor na sarça ardente...
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Quando Isaías viu o Senhor
assentado num alto e sublime trono, disse: “Ai de mim, estou perdido”.
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Quando João viu o Cristo
ressurreto na ilha de Patmos, caiu aos Seus pés como morto.
a
adoração (3.2). Habacuque ficou alarmado não com as dolorosas circunstâncias que estavam
ao seu redor, mas com a grandeza da revelação divina que acabara de ouvir.
Humilhemo-nos com reverência e O adoremos.
a petição (3.2). A petição de Habacuque não é
por livramento. Ele tira seu foco do homem e o coloca em Deus... Seu grande
apelo era que Deus avivasse sua obra no decorrer dos anos.
O clamor pelo avivamento nos leva
de volta ao favor do Senhor (3.1,2)
Avivamento é um dos temas mais
falados e mais distorcidos na igreja evangélica da atualidade...
Muitos confundem avivamento com dons
espirituais, com estilo litúrgico ou com a presença de sinais e milagres...
O avivamento verdadeiro vem do
céu. E de Deus. E obra soberana do Espírito Santo. O avivamento sempre está
centrado na Palavra de Deus.
Vamos destacar alguns pontos desse clamor de
Habacuque:
a) O tempo em que a igreja deve
buscar o avivamento (3.2). Habacuque pede que Deus avive sua obra no
decorrer dos anos. Ele não pensa apenas nele e na sua geração.
b) A base em que a igreja deve
buscar o avivamento (3.2). Habacuque pede o avivamento a Deus não confiante
na justiça própria ou confiado nos merecimentos do povo de Judá. Ao contrário,
ele diz: “[...] na tua ira, lembra-te da misericórdia” (3.2). Ele sabe que é
das entranhas da misericórdia divina que fluem os rios caudalosos do
avivamento.
c) O autor do avivamento que a
igreja deve buscar (3.2). O avivamento é obra de Deus, e não do homem. Ele
não é promovido pela igreja; é concedido pelo Espírito Santo.
d) A urgente necessidade que a
igreja tem do avivamento (3.2). O profeta Habacuque pede avivamento, e não
ausência de sofrimento. Ele quer Deus, mais do que as bênçãos de Deus
Destacamos quatro pontos importantes sobre o
avivamento:
a necessidade imperativa do avivamento.
Vivemos hoje a crise das polarizações.
Há igrejas que têm doutrina, mas não crescem;
há igrejas que crescem, mas não têm doutrina nem ética.
Uns têm caráter, mas não têm carisma; outros
têm carisma, mas não têm caráter. Os que sabem não fazem; os que fazem não
sabem.
a confusão sobre o avivamento. Muitos confundem
avivamento com emocionalismo e propagandas de milagres.
Outros confundem avivamento com
ajuntamento.
o conteúdo do avivamento, O avivamento
é marcado por oração abundante. Assim como a chuva cai sobre a terra seca, as
torrentes do Espírito vêm apenas sobre os sedentos (Is 44.3). Não há
derramamento do Espírito sem que a igreja tenha sede de Deus. Hoje, a igreja
está substituindo o Deus das bênçãos pelas bênçãos de Deus.
Hoje, a igreja tem ricos templos,
mas não a glória de Deus em seus santuários. Tem crentes influentes na
sociedade, mas não pessoas influentes no céu. Tem influência política, mas não
poder espiritual. Tem poder econômico, mas não autoridade espiritual.
o resultado do avivamento. Quando o avivamento
chega, a igreja se torna ousada para pregar a Palavra. Cada crente se torna um
embaixador, um ministro da reconciliação. Quando o avivamento vem, a igreja
cresce em graça, em conhecimento e em número.
A visão dos gloriosos feitos de
Deus no passado ajuda-nos a enfrentar o presente (3.3-15)
O profeta Habacuque busca no passado
as raízes para firmar sua confiança no presente. Habacuque quer dizer neste
cântico que Deus é ainda o mesmo.
Com seu canto, o profeta quer animar e
consolar os fiéis de Judá.
Os crentes devem esperar e confiar no Senhor.
Destacamos alguns pontos
importantes nessa viagem do profeta para descobrir a grandeza de Deus e das
Suas obras.
a) A glória de Deus manifestada (3.3-5). Habacuque, em forma de
canto, narra os gloriosos feitos de Deus na história de Israel. Consideremo-los
a seguir:
o esplendor da Sua glória no
deserto (3.3 Habacuque deseja caracterizar bem Iavé como o libertador do Seu povo. Quem
se levanta para julgar é o Libertador de Israel
a glória da Sua santidade (3.3). O Deus que refulge em
glória é o Santo. Ele não se deleita no mal. Não tolera o mal. Julga o mal.
a glória da Sua refulgente luz (3.4). A
manifestação de Deus é cheia de luz. Deus é luz. Sua presença é mais
reflilgente que todos os astros reunidos
b) O
poder de Deus demonstrado (3.6,7). Dois pontos são destacados pelo
profeta Habacuque:
o poder que faz estremecer a natureza
(3.6). Quando Deus se manifesta, até a terra treme. Quando Ele se revela,
os montes se derretem. Quando Sua máo se estende, até o mar cessa o seu
bramido.
c) As
carruagens da salvação saem em cavalgada (3.8- 11). Habacuque olha para Deus
como o condutor de uma carruagem celestial que sai numa cavalgada vitoriosa.
d) A
marcha triunfante de Deus pelos caminhos da História (3.12-15). Nos versículos 12 a 15, o
cenário é a História. O profeta Habacuque começa, então, a analisar o propósito
desse guerreiro que vem montado em suas carruagens de vitória.
Ele vem para libertar o Seu povo
(3.13a).
A Igreja de Deus é indestrutível. Nenhuma força na terra pode acabar com a
Igreja de Cristo. O Senhor é o seu defensor.
Ele vem para trazer juízo sobre os
ímpios (3.12-15). Esse guerreiro celestial está irado. O cálice da sua ira está cheio, e
Ele sai para pisar as nações na Sua indignação.
Ele vem para demonstrar o Seu
poder (3.15). A carruagem de Deus marcha sobre o mar e caminha pela massa de
grandes águas. Ele faz o impossível. Ele pode o impossível.
A canção de triunfo no meio da dor
é um testemunho vibrante da nossa fé (3.16-1 9)
O hino foi concluído com a mais
absoluta afirmação de fé. O profeta confiava cabalmente na soberania do Senhor,
a ponto de aceitar quaisquer circunstâncias como sendo dentro da boa e perfeita
vontade de Deus para ele.
O profeta Habacuque nos conduz a
quatro verdades sublimes:
a) Uma manifestação gloriosa (3.16). Quando o profeta ouve o
relato dos feitos de Deus e tem uma visão da glória de Deus, ele fica não só
alarmado, mas também pálido, trêmulo e sem nenhum vigor.
b) Uma confiança inabalável
(3.17,18). O povo dejudá dependia da agricultura para sobreviver. Os recursos
financeiros vinham das lavouras e dos rebanhos.
Mas o profeta diz: “Ainda que a
figueira não floresça... A confiança do profeta náo estava na provisáo, mas no
Provedor. Os recursos da terra podem falhar, mas Deus jamais falhará.
c) Uma alegria ultracircunstancial
(3.18). A
alegria do profeta não é determinada pela presença de coisas boas nem pela
ausência de coisas trágicas. Sua alegria está centrada na pessoa de Deus.
d) Um sustentáculo suficiente
(3.19). A alegria do profeta não é um sentimento romântico e infundado.
Habacuque, que começa deprimido e em dúvida quanto à retidão e à justiça de
Deus, termina com alegre confiança na provisão e no poder sustentador de Deus.
Ele confiará em Deus, embora falhem todas as bênçãos. Que advertência para os
tempos em que vivemos!
O próprio
Deus oferece ao profeta duas coisas essenciais:
— estabilidade e segurança.
Deus é a sua fortaleza. Ele é o seu alto refúgio. Ele é a sua torre de
livramento. Nenhuma pessoa ou circunstância pode nos afastar do amor de Deus
que está em Cristo Jesus.
— celeridade e firmeza. O Senhor não apenas
aprumou seus joelhos trôpegos, mas lhe deu a celeridade da corça. A corça podia
percorrer, com pés ligeiros, a escura floresta. Deus nos criou para as alturas.
Se Ele nos permite passar pelos vales, é para que possamos esperar nEle e subir
com asas como águias (Is 40.3l).