A MENSAGEM DE JESUS À IGREJA DE
PÉRGAMO (AP 212-17)
O perigo
que estava assaltando a igreja de Pérgamo era a linha divisória entre a verdade
e a heresia. O ponto da discórdia na igreja não era entre o bem e o mal, e sim
entre a verdade e o erro. Como a igreja pode permanecer na verdade sem se
misturar com as heresias e com o mundanismo? Como uma igreja que é capaz de
enfrentar o martírio pode permanecer fiel diante da tática da sedução?
A
palavra pérgamo significa casado. A igreja precisa lembrar-se que ela está
comprometida com Cristo, é a noiva de Cristo e precisa se apresentar como unia
esposa santa, pura e incontaminada. No livro de Apocalipse, o sistema do mundo
que está entrando na igreja é definido como a grande Babilônia, a mãe das meretrizes,
enquanto a igreja é definida como a noiva de Cristo.
O ponto
central dessa carta é alertar a igreja sobre o risco da perigosa mistura do
povo de Deus com o engano doutrinário e com a imoralidade do mundo.
CRISTO SONDA A IGREJA E REVELA OS
PERIGOS QUE A CERCAM
Em primeiro lugar, Cristo vê uma igreja instalada
no meio do acampamento de Satanás (Ap 2.13). Pérgamo era uma cidade com um
passado glorioso. Historicamente, era a mais importante cidade da Asia. Começou
a destacar-se depois da morte de Alexandre, o grande, em 333 a.C. Foi
capital da Ásia por quase quatrocentos anos
Em segundo lugar, Pérgamo, também, era um
importante centro cultural. Como centro cultural sobrepujava Éfeso e Esmirna.
Era famosa por sua biblioteca que possuía 200.000 pergaminhos. Era a segunda
maior biblioteca do mundo, só superada pela de Alexandria. Pergaminho deriva-se
de Pérgamo. O papiro do Egito era o material usado para escrever. No século III
a.C., Eumenes, rei de Pérgamo, resolveu transformar a biblioteca de Pérgamo na
maior do mundo. Convenceu a Aristófanes de Bizâncio, bibliotecário de
Alexandria, a vir para Pérgamo. Ptolomeu, rei do Egito, revoltado, embargou o
envio de papiro para Pérgamo. Então, inventaram o pergaminho, de couro alisado,
que veio superar o papiro. Pérgamo gloriava-se de seus conhecimentos e cultura.
Em terceiro lugar, Pérgamo, ainda, era um
destacado centro do paganismo religioso. Em Pérgamo, havia um grande panteão e
altares para vários deuses. No topo da Acrópole, ficava o famoso templo
dedicado a Zeus, uma das sete maravilhas do mundo antigo. Todos os dias se
levantava a fumaça dos sacrifícios prestados a Zeus.
Outro
dado relevante é que, em Pérgamo, havia
o culto a Esculápio. Ele era o “deus salvador”, o deus serpente das curas.
Seu colégio de sacerdotes médicos era famoso. Naquela época, mantinha duzentos
santuários no mundo inteiro. A sede era em Pérgamo. Ali estava a sede de uma
famosa escola de medicina. Para essa cidade, peregrinavam e convergiam pessoas
doentes do mundo inteiro em busca de saúde.
As curas, muitas vezes, eram atribuídas ao poder do deus serpente,
Esculápio. O emblema de Esculápio era uma serpente, e, ainda hoje, a serpente decora
os emblemas da medicina. A antiga serpente assassina, apresenta-se agora como sedutora.
Em quarto lugar; em Pérgamo, também, estava o
centro asiático do culto ao imperador. O culto ao imperador era o elemento
unificador para a diversidade cultural e política do império. No ano 29 a.C.,
foi construído em Pérgamo o primeiro templo a um imperador vivo, o imperador
Augusto. O anticristo era mais evidente em Pérgamo do que o próprio Cristo. O
imperador encarnava o espírito da deusa Roma. Por isso, se divinizou a pessoa
do imperador e começou a se levantar templos ao imperador. Uma vez por ano, os súditos deviam ir ao templo de César e queimar
incenso dizendo: “César é o Senhor”.
Finalmente, em Pérgamo estava o
trono de Satanás.
Ele não apenas habitava na cidade, mas lá estava seu trono. O trono de Satanás
não estava em um edifício, como hoje sugerem os defensores do movimento da
Batalha Espiritual, mas no sistema da cidade.
Onde
Satanás reina predomina a cegueira espiritual, floresce o misticismo,
propaga-se o paganismo, a mentira religiosa, bem como a perseguição e a sedução
ao povo de Deus.
CRISTO VÊ UMA IGREJA CAPAZ DE
ENFRENTAR A MORTE POR SUA CAUSA
Cristo
conhece também a lealdade que a igreja lhe dedica. A despeito do poder do culto
pagão a Zeus, a Esculápio e ao imperador os crentes da igreja de Pérgamo só
professavam o nome de Jesus. A
perseguição religiosa não os intimidou.
A igreja
suportou provas extremas. Antipas, pastor da igreja de Pérgamo, segundo
Tertuliano, foi colocado dentro de um boi de bronze, e este foi levado ao fogo
até ficar vermelho, morrendo o servo de Deus sufocado e queimado.” Ele resistiu
à apostasia até a morte.
Cristo vê uma igreja que começa a
negociar a verdade
Como
Satanás, ao usar a perseguição, não logrou êxito contra a igreja, mudou sua tática e usou a sedução. A
proposta agora não é substituição, mas mistura. Não é apostasia aberta, mas
ecumenismo.
Na
igreja, havia crentes que permaneciam fiéis, enquanto outros estavam se
desviando da verdade.
Cristo vê uma igreja que começa a
ceder às pressões do mundo
Balaque
contratou Balaão para amaldiçoar a Israel. Balaão aconselhou Balaque a
enfrentar Israel não com um grande exército, mas com pequenas donzelas
sedutoras... e eles se tornariam fracos e vulneráveis.
O pecado
enfraquece a igreja. A igreja só é forte quando é santa. Sempre que a igreja se
mistura com o mundo e adota seu estilo de vida, ela perde seu poder e sua
influência.
O grande
problema da igreja de Pérgamo é que, enquanto uns sustentavam a doutrina de
Balaão, os demais membros da igreja se calaram em um silêncio estranho.
.
Cristo vê uma igreja que começa a
baixar seu padrão moral
Eles
ensinavam que a liberdade de Cristo é a liberdade para o pecado. Diziam: “Não
estamos mais debaixo da tutela da lei. Estamos livres para viver sem freios,
sem imposições, sem regras”. Esse simulacro da verdade era para transformar a
graça em licença para a imoralidade, a liberdade em libertinagem.
Os
nicolaítas ensinavam que o crente não precisa ser diferente. Quanto mais ele
pecar maior será a graça, diziam. Eles defendiam que os crentes precisam ser
iguais aos pagãos. O que era odiado em Éfeso era tolerado em Pérgamo.
CRISTO DIAGNOSTICA A IGREJA E
IDENTIFICA A FONTE DO PECADO
Em primeiro lugar, Jesus diz que a fonte do pecado
é o diabo (Ap 2.13). A igreja de Pérgamo vivia e testemunhava em uma cidade
onde Satanás habitava e onde estava seu trono. Satanás não somente habitou em
Pérgamo, ele também a governou.
Nós
precisamos apagar de nossa mente a caricatura medieval de Satanás, despojando-o
dos chifres, dos cascos e do rabo. A Bíblia diz que ele é um ser espiritual
inteligente, poderoso e inescrupuloso.
Em segundo lugar, Jesus diz que Pérgamo é um lugar
sombrio. A cidade estava mergulhada na confusão mental da heresia. O reino de
Satanás é onde as trevas reinam. Ele é o príncipe deste mundo de trevas. Ele
odeia a luz. Ele é mentiroso e enganador. Ele cega o entendimento dos
descrentes. Ele instiga os homens a pecar e os induz ao erro.
CRISTO SONDA A IGREJA E JULGA OS
QUE SE RENDEM AO PECADO
Em primeiro lugar; Jesus exorta os faltosos ao
arrependimento (Ap 2.16). A igreja precisava expurgar aquele pecado de
tolerância com o erro doutrinário e com a libertinagem moral.
A igreja
precisa arrepender-se de sua tolerância com o erro. Embora apenas alguns
membros da igreja se desviaram, os outros devem se arrepender porque foram
tolerantes com o pecado.
Em segundo lugar, Jesus sentencia os impenitentes
com o juízo. A falta de arrependimento desemboca no juízo. Jesus virá em juízo
condenatório contra todos aqueles que permanecem impenitentes e contra aqueles
que se desviam da verdade.
A
mensagem da verdade se tornará a mensagem do julgamento. Deus nos fará
responsáveis por nossa atitude em face da verdade que conhecemos. Jesus diz que
sua própria palavra é que condenará o ímpio no dia do juízo (Jo 12.47,48).
CRISTO SONDA A IGREJA E PREMIA OS
VENCEDORES
Em primeiro lugar, Jesus diz que os vencedores
comerão do maná escondido (Ap 2.17). No deserto, Deus mandou o maná (Êx
16.11-15). Quando cessou o maná, um vaso com maná foi guardado na Arca e depois
no templo (Êx 16.33,34; Hb 9.4). Com a destruição do templo, conta uma lenda
que Jeremias escondeu o vaso com maná em uma fenda do Monte Sinai.
Em segundo lugar Jesus diz que os vencedores
receberão uma pedrinha branca (Ap 2.17). Essa pedrinha branca pode ter pelo
menos dois significados: Primeiro,
era uma espécie de “entrada” para um banquete. Era considerada um bilhete para
admissão à festa messiânica. Segundo,
era usada nos tribunais para veredicto dos jurados. A sentença de absolvição
correspondia a uma maioria de pedras brancas; e a de condenação a uma maioria
de pedras pretas. O cristão é declarado justo, inocente, sem culpa diante do
Trono de Deus.
Quem
deixa as festas do mundo vai ter uma festa verdadeira onde a alegria vai durar
para sempre.
Que Deus nos ajude e nos abençoe.
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