Amós - A Justiça Social como parte da Adoração
TEXTO ÁUREO
“Porque vos digo
que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum
entrares no Reino dos céus” (Mt 5.20). - A entrada no Reino é feita mediante a
justiça do coração, e não por um legalismo extremo e hipócrita. Essa justiça
somente é possível por meio do reino pessoal do Messias, que as beatitudes
pressupõem estar ativo para aqueles que o aceitaram. [a]
VERDADE PRÁTICA
Justiça e retidão
são elementos necessários e imprescindíveis à verdadeira adoração a Deus.
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Amós 1.1; 2.6-8; 5.21-23
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Dissertar a respeito da vida pessoal de Amós e a estrutura do livro.
- Saber que a justiça social é um empreendimento bíblico.
- Apontar a política e a justiça social como elementos de adoração a Deus
Palavra Chave
Adoração: Rendição a Deus
em todas as esferas da vida.
COMENTÁRIO
introdução
Pastor de ovelhas em Judá, Amós recebeu um pesado fardo (Amós (????)=Aquele que suporta o jugo): foi enviado por Deus para a nação de Israel, durante o reinado próspero de Jeroboão II, para alertar o povo que Deus estava prestes a destruí-los. Sua mensagem parecia sem sentido, numa nação que gozava prosperidade, paz e segurança. O povo ficou perturbado pela sombria mensagem deste pregador estrangeiro. Até mesmo os líderes religiosos, que deveriam compartilhar a nobre missão de Amós, rejeitaram-no e a sua pregação. Foi aconselhado pelo sacerdote Amazias para que voltasse para Judá e que nunca mais profetizasse em Israel (7.10-13). Amós replicou: “Eu não sou profeta, nem discípulo de profeta, mas boieiro e colhedor de sicômoros. Mas o Senhor me tirou de após o gado e o Senhor me disse: Vai e profetiza ao meu povo de Israel. Ora, pois, ouve a palavra do Senhor. Tu dizes: Não profetizarás contra Israel, nem falarás contra a casa de Isaque. Portanto, assim diz o Senhor….” (7:14-17). Amós não foi criado para ser um profeta. Ele não recebeu treinamento especial em alguma escola para formar profetas. Ele era apenas um homem comum, que proclamou uma mensagem de Deus. Reis e sacerdotes não gostaram de sua mensagem, mas era a verdade. Atual, o livro de Amós tem lições para hoje. Tenham todos uma excelente e abençoada aula.
introdução
Pastor de ovelhas em Judá, Amós recebeu um pesado fardo (Amós (????)=Aquele que suporta o jugo): foi enviado por Deus para a nação de Israel, durante o reinado próspero de Jeroboão II, para alertar o povo que Deus estava prestes a destruí-los. Sua mensagem parecia sem sentido, numa nação que gozava prosperidade, paz e segurança. O povo ficou perturbado pela sombria mensagem deste pregador estrangeiro. Até mesmo os líderes religiosos, que deveriam compartilhar a nobre missão de Amós, rejeitaram-no e a sua pregação. Foi aconselhado pelo sacerdote Amazias para que voltasse para Judá e que nunca mais profetizasse em Israel (7.10-13). Amós replicou: “Eu não sou profeta, nem discípulo de profeta, mas boieiro e colhedor de sicômoros. Mas o Senhor me tirou de após o gado e o Senhor me disse: Vai e profetiza ao meu povo de Israel. Ora, pois, ouve a palavra do Senhor. Tu dizes: Não profetizarás contra Israel, nem falarás contra a casa de Isaque. Portanto, assim diz o Senhor….” (7:14-17). Amós não foi criado para ser um profeta. Ele não recebeu treinamento especial em alguma escola para formar profetas. Ele era apenas um homem comum, que proclamou uma mensagem de Deus. Reis e sacerdotes não gostaram de sua mensagem, mas era a verdade. Atual, o livro de Amós tem lições para hoje. Tenham todos uma excelente e abençoada aula.
I. O LIVRO DE AMÓS
1. Contexto histórico.
Natural de Técoa, situada nas colinas do reino de Judá, distante cerca de 8 km
ao sul de Belém e a 16 km de Jerusalém, era pastor e também cultivava sicómoros
(1.1; 7.14) (Ficus sycomorus, conhecida pelos nomes comuns de sicômoro
ou figueira-doida, é uma espécie de figueira de raízes profundas e ramos
fortes que produz figos de qualidade inferior, cultivada no Médio Oriente e em
partes da África há milênios. A árvore é por diversas vezes citada na Bíblia,
tendo o seu nome vulgar na maioria das línguas europeias derivado do hebraico
“shikmah” através do grego “sukomorea). Aparentemente, o seu trabalho de pastor
faz dele uma pessoa pobre e inculta. Mas, lendo o seu livro, fica claro que ele
conhecia bem a geografia e certos acontecimentos em nações vizinhas, a História
sagrada de Israel e toda a problemática social, política e religiosa de Israel.
Ele era um homem de família humilde. Ele profetizou durante os reinados de
Uzias, rei de Judá, e foi contemporâneo de Isaías e Oséias, que viveram alguns
anos a mais que ele. Sob Jeroboão II, o reino de Israel atingiu o máximo de sua
prosperidade, mas isto foi acompanhado do aumento da luxúria, do vício e da
idolatria. Neste momento, Amós foi convocado por Deus para lembrar ao povo da
sua Lei, da retribuição da sua justiça e para chamar o povo ao arrependimento.
Seu ministério foi realizado entre 760 e 750 a.C. e parece ter ocorrido em
menos de dois anos.
2. Vida pessoal. Amós era um homem
de diversos ofícios: pastor (1.1), boieiro e colhedor de sincomoros (7.14).
Embora tenha vivida num meio rural e aparentemente isolado de conhecimento, ele
certamente conhecia as nações vizinhas e estava familiarizado com o contexto
histórico internacional (1.3-2.3). Também conhecia do povo da aliança de Deus e
a própria aliança, como o demonstram suas inúmeras referencias à Lei. Amós não
estudou para ser profetas (7.14), mas o Senhor soberanamente o chamou para esse
ofício. Seu ministério foi voltado, principalmente, para o reino do norte,
Israel (7.15), cujo centro religioso era Betel, embora suas profecias também
tenham sido endereçadas aos pecados de Judá (2.4,5; 9.11). Ele foi o primeiro
dos assim chamados profetas escritores do século VIII a.C.
3. Estrutura e mensagem.
Amós mostra como o pecado trazia uma situação de violência, corrupção e injustiça
social sem medida na sociedade israelita e que, apesar da prosperidade material
vivida, Deus chamaria o povo para um acerto de contas, como acabou ocorrendo.
Depois do título (1.1) e de um breve prólogo (1.2), o livro de Amós pode ser
melhor divido em quatro partes:
I. Oráculos contra sete nações vizinhas
de Israel e contra Judá e Israel (1.3-2.16);
II. Oráculos contra Israel
(3.1-6.14). Nesta parte encontram-se as principais críticas de Amós contra a
corrupção social e religiosa e o anúncio do castigo (3.13-15; 5.1-3;16-20;
6.8-14);
III. Castigos divinos (7.1-9,10).
São cinco visões, das quais as primeiras quatro começam com a mesma fórmula e a
quinta é diferente. No meio das visões encontra-se a narração da expulsão de
Amós do santuário de Betel (7.10-17) e outros oráculos (8.1-14; 9.7-10); e
IV. Esperança messiânica como
oráculo de salvação (9.11-15). O livro é quase todo em poesia, excetuando o
primeiro versículo do Capitulo 1, todo o capítulo 7 e os três primeiros
versículos do Capitulo 8. É preciso lê-lo como um poema e ter alma de poeta
para o interpretar. Esta receita aplica-se, aliás, a quase todos os textos
proféticos e a muitos outros textos bíblicos.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
O livro do profeta Amós pode ser dividido em duas partes principais:
oráculos provenientes pela palavra (1-6) e pelas visões (7-9).
II. POLÍTICA E JUSTIÇA SOCIAL
1. Mau governo. Os profetas
frequentemente interferiam na vida da monarquia. Aías informou a Jeroboão I que
Deus iria rasgar o reino de Salomão e que Jeroboão governaria as dez tribos
(1Rs 11.29-32). Um profeta ungiu Jeú como rei de Israel e o instruiu a destruir
a casa de Acabe (2Rs 9.610). As implicações políticas da pregação de Amós são
aparentes. Jeremias Também foi erradamente considerado um traidor por causa de
suas profecias contra Judá (Jr 26.11; 37.11-13; 38.1-6). Amós mostra como o
pecado trazia uma situação de violência, corrupção e injustiça social sem
medida na sociedade israelita e que, apesar da prosperidade material vivida,
Deus chamaria o povo para um acerto de contas, como acabou ocorrendo. Apesar de
sua mensagem contundente, o profeta foi expulso do reino de Israel e esta
rejeição do profeta representou a rejeição da própria mensagem divina, selando,
assim, o destino trágico daquelas tribos, até hoje conhecidas como as “dez
tribos perdidas de Israel”.
2. A justiça social. Quando
Amós começou a profetizar, Israel e Judá viviam época de prosperidade material.
Ambos os reis, Uzias e Jeroboão II, haviam trazido prosperidade aos seus povos
(2Rs15. 25-28; 2Cr 26.1-15). Apesar de toda esta opulência material, o povo
estava a pecar e, por causa da situação favorável, achava que o pecado não
tinha importância alguma, que jamais deixaria de ter os favores divinos, de
desfrutar da graça e da misericórdia de Deus, que havia Se manifestado
particularmente para o reino do norte (2Rs15. 26,27). Começando no capítulo 2,
Amós começa a pronunciar os juízos contra o povo de Israel; a opulência
material não havia sido acompanhada de uma distribuição de renda, de uma
distribuição de riquezas e o resultado tinha sido o surgimento de uma situação
de gritante desigualdade social, sendo que os que haviam enriquecido não só não
estavam a distribuir com os pobres, mas tinham tomado o nítido propósito de
enriquecer ainda mais, tomando o que os pobres tinham. Lutar por uma sociedade
mais justa é, para este profeta, o meio de escapar do castigo: “Buscai o Senhor
e vivereis” (5.6); “Buscai o bem e não o mal” (5.14).
3. O pecado. Segundo Amós, o
luxo e a ostentação da riqueza, a exploração dos pobres e dos oprimidos, a
fraude e todo o tipo de injustiças sociais, o culto sem o necessário
compromisso ético, o sincretismo religioso e as falsas seguranças apoiadas na
eleição de Israel são contrárias ao plano de Deus na História. E, como Deus não
tolera todos os abusos, a única forma de fazer o povo sentir estes males é o
castigo por meio da invasão militar - algumas décadas mais tarde (em 722), as
tropas assírias conquistam a Samaria e o Reino de Israel desaparece do mapa. A
expressão: “Por três transgressões de Israel e por quatro, não retirarei o
castigo” (2.6) refere-se não à numeração matemática, mas é máxima comum na
literatura semítica (veja fraseologia similar em Jó 5.19; 33.29; Ec 11.2; Mq
5.5,6). Nesse texto, significa que a medida da iniquidade está cheia e não há
como suspender a ira divina. Começa afirmando que “o Senhor bramará de Sião e
de Jerusalém dará a Sua voz; nas habitações dos pastores haverá pranto e se
secará o cume do Carmelo” (Am1:2).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O senso de justiça cristã expressa o pensamento da lei e dos profetas que,
por sua vez, é parte do grande mandamento de Jesus Cristo
III. INJUSTIÇAS SOCIAIS
1. Decadência social (2.6). A
sociedade israelita à época de Amós em nada diferia da nossa, sendo mesmo uma
figura da atual. O Senhor aponta que em Israel se “vendia um justo por dinheiro
e um necessitado, por um par de sapatos” (Am 2.6). Israel é culpado de
Injustiça social, imoralidade sexual e abusos religiosos. Possuía um sistema
judicial corrupto. Os juízes dispunham-se a condenar os inocentes mediante o
pagamento de subornos. “Par de sapatos” pode significar um “preço barato”. Por
outro lado, visto que um sapato fazia parte das transações de terras (Rt
4.7-8), talvez a pessoa seja vendida em troca da terra.
2. Decadência moral. “Um
homem e seu pai coabitam com a mesma jovem e, assim, profanam o meu santo nome”
(2.7). Talvez aqui haja uma referencia à prostituição cultual, mas também pode
referir-se a uma mulher escrava, que é forçada a ser uma concubina tanto para
um homem como para seu pai. Ambos são proibidos pela Lei (Lv 18.21; 19.12; Jr
34.16). Amós denuncia a conduta sexual descontrolada.
3. Decadência religiosa. A
expressão “qualquer altar” (2.8) refere-se à entrega deles ao culto pagão de
prostituição da fertilidade ao lado dos altares, profanando assim o nome do
Senhor. Havia muitos altares em Israel, incluindo aqueles de Betel (3.14), Dã
(8.14) e Gilgal (Os 12.11). Seus pecados de licenciosidade sexual e idolatria
somavam-se ao fato de dormirem sobre roupas tomadas como garantia por
empréstimos, por parte dos pobres. A recomendação da Lei é que tais vestes não
deveriam ser retidas durante a noite (Êx 22.26; Dt 24.12,13). O comércio sexual
entre uma prostituta e seu cliente envolvia um valor pecuniário estabelecido
entre a mulher e o seu amante (Gn 31.16). O salário de uma prostituta, do
hebraico ‘etnam, lit. “paga de prostituta”, e do keleb eram
abomináveis para Yahweh e, portanto, proibido o recebimento do mesmo na Casa do
Senhor (Dt 23.18) [ Para saber mais, leia o artigo A Prostituição Sagrada no
Antigo Testamento, de BENTHO, Esdras C., disponível no Blog
Teologia e Graça]
SINOPSE DO TÓPICO (III)
As injustiças sociais no livro de Amós são representadas pelas decadências
social, moral e religiosa.
IV. A VERDADEIRA ADORAÇÃO
1. Adoração sem conversão.
A despeito de sua baixa condição moral e espiritual, o povo continuava a
oferecer o seu culto a Jeová com rituais e sacrifícios vazios e sem
arrependimento: “Aborreço, desprezo as vossas festas, e não me deleito nas
vossas assembleias solenes”. (5.21). Aborreço, desprezo, dois termos hebraicos
combinam-se aqui para exprimir com mais ênfase a atitude do que qualquer uma
delas poderia transmitir por si mesma. O resultado dessa combinação poderia
ser: “Rejeito com ódio completo”. “Não me deleito”, refere-se a holocaustos que
de acordo com a aliança mosaica, onde o Senhor declara que, se o seu povo fosse
desobediente, ele não aspiraria o aroma agradável de suas ofertas (Lv 26.31).
2. O significado dos sacrifícios.
A palavra hebraica traduzida por “oferta pacífica” vem de raiz de uma palavra
que significa “completar, suprir o que está faltando, pagar uma recompensa”.
Denota um estado em que os mal-entendidos foram esclarecidos e os erros,
corrigidos, e em que prevalecem os bons sentimentos. As ofertas pacíficas eram
suadas em qualquer ocasião que apelasse à gratidão e regozijo, e também para
fazer um voto. Eram ofertas de cheiro suave, como holocausto de manjares. Eram
uma expressão, da parte do ofertante, de sua paz com Deus e gratidão a Ele por
Suas muitas bênçãos. Incluía as ofertas voluntárias e as ofertas movidas. Era
um sacrifício de sangue oferecido a Deus (Lv 3.1; NVI, sacrifício de comunhão).
Uma parte do sacrifício era comida pelo sacerdote (representando a aceitação de
Deus) e a outra era comida pelos adoradores e seus convidados (sacerdotes
não-oficiantes ou levitas e os pobres, Dt 12.18; 16.11). Assim, Deus era o
anfitrião do banquete, tendo comunhão com o ofertante e outros participantes.
Este sacrifício celebrava a cobertura do pecado, o perdão de Deus e a
restauração de um relacionamento correto e significativo com Deus e com a
própria vida (Jz 20.26; 21.4). Havia três tipos de ofertas pacíficas: (a) ações
de graças, que expressavam gratidão por uma bênção divina não solicitada; (b)
votos, associados a uma promessa ou pedido feito a Deus; e (c) ofertas
voluntárias, apresentadas espontaneamente como forma de adoração e louvor.
OFERTAS DE MANJARES: não continha sangue nem carne. Era preparada como uma refeição
e representava a apresentação diante de Deus das boas coisas da vida, para
serem consumidos ou usados por Ele como quisesse (Hb 5.10). Uma exceção notável
a isso é que os pobres podiam apresentar ofertas de manjares como ofertas pelo
pecado. (Dicionário ilustrado da Bíblia)
3- Os cânticos. “Pôs na minha boca um cântico novo, um hino
ao nosso Deus; muitos verão isso e temerão, e confiarão no Senhor”(Sl 40.3). A
verdadeira adoração é prestada a Deus somente por aqueles que nasceram do
Espírito de Deus. “Aquele que é nascido da carne, é carne”, disse Jesus, e,
portanto, toda assim chamada adoração feita por pecadores não regenerados é
carnal. Somente um coração regenerado pode cantar a nova canção Disso
depreende-se que a verdadeira adoração só pode surgir a partir de um contínuo
andar com Deus. Um homem que dificilmente pensa em Deus durante os seis dias da
semana, não está apto a adorá-lo corretamente no sétimo dia. Se tal pessoa fala
quanto está se “regozijando” na adoração, alguma coisa está errada com ele! Ele
está se entretendo ou está recebendo aquela vaga sensação de desafio que o
homem natural desfruta. Por outro lado, em meio à verdadeira adoração, tal
pessoa deveria sentir quanto está afastada de Deus e sentir uma tristeza santa
por sua negligência para com a glória do Senhor. Os cânticos faziam parte das
assembleias solenes (5.23). No entanto, eles negligenciavam as duas questões
mais importantes: justiça e juízo.
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